Apego e relacionamentos afetivos

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A teoria do apego é uma teoria psicológica, desenvolvida pelo médico psicanalista etólogo inglês John Bowlby e, posteriormente, colocada em “prática” pela psicóloga canadense Mary Ainswhort. Essa teoria explica como os seres humanos desenvolvem vínculos afetivos uns com os outros, especialmente em relação às figuras de cuidado primário, como pais e cuidadores, no início da vida. Esses vínculos podem afetar o plano psicológico, sobretudo no que tange a visão de mundo que a pessoa desenvolve acerca de si, do outro e do futuro – ao longo da vida.

A teoria do apego entende que existem quatro tipos básicos de estilos de apego: seguro, ansioso-preocupado, ansioso evitativo e desorganizado (este último observado a partir dos achados de Mary Mann). Pessoas com um estilo de apego seguro tendem a ser mais confiantes em seus relacionamentos e têm menos medo de ser abandonadas. Já pessoas com um estilo de apego ansioso-preocupado podem sentir mais ansiedade/insegurança em seus relacionamentos e se preocupar mais com a possibilidade de serem abandonadas e, dessa forma, acabam exigindo muitas promessas de não abandono (tendem a ser mais “grudentas”). Pessoas com um estilo de apego evitativo tendem a evitar intimidade emocional em seus relacionamentos e podem ter dificuldade em se abrir afetivamente com seus parceiros. Finalmente, pessoas com um estilo de apego desorganizado podem ter uma mistura de comportamentos ansiosos e evitativos em seus relacionamentos.

Os estilos de apego – tendo em vista que constroem expectativas interacionais em quem os vivencia – podem afetar a forma como as pessoas se relacionam ao longo da vida, tanto em termos de escolha de parceiros, quanto na qualidade dos relacionamentos que desenvolvem. Pessoas com um estilo de apego seguro tendem a ter relacionamentos mais estáveis e satisfatórios, enquanto aqueles com estilos de apego inseguros e desorganizados podem ter mais dificuldade em manter relacionamentos saudáveis e satisfatórios.

No entanto, é importante lembrar que a teoria do apego não determina o destino dos relacionamentos de uma pessoa. Os estilos de apego são apenas uma parte do que influencia a forma como as pessoas se relacionam, e é possível que as pessoas mudem seus estilos de apego ao longo do tempo com experiências de relacionamento saudáveis e construtivas (experiências emocionais positivas).

Referência:

Mendes, M. A. Clínica do Apego. São Leopoldo: Sinopsys, 2021.

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