A teoria do apego, criada pelo psicanalista inglês John Bowlby, com a participação da psicóloga canadense Mary Ainsworth, desvela, sobretudo, a propensão que as pessoas têm de estabelecer vínculos afetivos, desde o alvorecer da existência. Descreve que os vínculos formados na infância tendem a engendrar padrões de interação social na vida adulta (Mendes, 2021).
No desenvolvimento desses vínculos, o autor (Bowlby, 2015; original de 1979) chama a atenção para a necessidade de os principais cuidadores darem conta de tolerar os afetos de suas crianças, tais como explosões de raiva ou choro. Ao se suportar (como suporte mesmo, sem negar, mas acolhendo), mostra-se que não se teme esse tipo de manifestação, ao contrário, se confia que as mesmas possam ser controladas. Dessa forma, sendo continente, é dado à criança um espaço de tolerância e compreensão capaz de auxiliar no desenvolvimento do autocontrole.
Contudo, conforme pontua o autor, a tendência de muitos pais é ainda reprovar tais afetos, por meio de castigos ou, de forma mais sutil, explorando o sentimento de culpa. Ambos os métodos farão com que a criança receie seus sentimentos e se culpe por eles, tornando ainda mais difícil controlá-los, dado que poderão se tornar memórias implícitas (Siegel & Bryson, 2015). Nesse sentido, chamo a atenção, sobretudo, para o sentimento de culpa, o qual tenderá a engendrar vergonha, e essa, ansiedade.
Muitos dos que chegam ao processo terapêutico, têm uma história similar de negação de sentimentos. Segundo Gerhardt (2017), a falta de vivências em ter suas emoções autorizadas por outra pessoa, é suprida pelo psicoterapeuta. No processo terapêutico, há a reparação dessa falta. “saber que não importa quais falhas na comunicação possam ocorrer que elas podem ser reparadas é a base da confiança em um relacionamento e o conhecimento que a regulação será restaurada” (Gerhardt, 2017, p. 234). Aos poucos, por meio dessa relação terapêutica, um “novo músculo se desenvolve, a capacidade de ser ouvido e ouvir, para ouvir e ser ouvido.”
Referências
Bowlby, J. Formação e Rompimento dos Laços Afetivos. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
Gerhardt, S. Por que o amor é importante: como o cérebro afeta o cérebro do Bebê. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Mendes, M. A. A clínica do Apego: fundamentos para uma psicoterapia afetiva, relacional e experencial. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2021.
Siegel, D. O Cérebro da Criança. São Paulo: Nversos, 2015.
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