Casamento intercultural ocorre quando duas pessoas de diferentes culturas se unem em matrimônio, seja na forma de uma união legalizada ou por meio de união estável. Em minha experiência profissional, acompanho, sobretudo, o desafio de mulheres que migram ao país do cônjuge.
Tenho observado que esse tipo de casamento pode ser uma experiência enriquecedora para ambas as partes, pois permite que aprendam muito um com o outro. Além do que se aprende em uma relação conjugal, aliam-se aspectos culturais enriquecedores.
No entanto, também apresenta desafios, como a adaptação a uma nova língua (e a depender da língua, esse pode ser um dos maiores desafios), costumes e tradições. Mas o que verifico estar mais presente, é a saudade de quem aqui no Brasil ficou. É que a migração pode significar deixar para trás pessoas importantes da vida, sobretudo a família. E à essa saudade se soma à preocupação e um senso de responsabilidade em função do dever filial de estar junto dos pais, em seu envelhecimento. O contato regular (fone, WhatsApp, e-mail, videochamadas etc) auxilia no manejo da saudade.
Uma dica importante é deixar claro o amor e a importância dessas pessoas na vida. Lembre-se, as relações tem um grande valor nas vidas, e muitas vezes esquecemos de dizer para as pessoas que amamos o quanto as amamos e o quanto elas são importantes para nós. Reafirme o seu amor, a declaração desse sentimento aquece os corações de quem aqui fica.
Finalmente, se você estiver com dificuldade de lidar com as emoções que decorrem da migração, avalie a possibilidade de conversar com uma psicoterapeuta, dado que tais afetos precisam ser olhados e compreendidos com carinho, pois pedem que sejam atendidas algumas necessidades psicológicas, a fim de ensejar maior tranquilidade e qualidade de vida daquela que partiu de sua terra natal.
